9 de fevereiro de 2016

OBRA de saneamento no Campeche deve reiniciar até julho

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Implantação do Sistema de Esgoto Sanitário (SES) Sul da Ilha, com execução da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares, que permitirá a colocação em operação da rede coletora instalada no Campeche. Esse foi um dos principais compromissos assumidos pela Casan em documento encaminhado à Prefeitura, em resposta à notificação expedida pela administração municipal após imbróglio envolvendo vazamento de esgotos no Norte da Ilha, em meados de janeiro.
FOTO ESGOTO CAMPECHE.fev16Conforme o documento, o investimento total na unidade local será de R$ 65,5 milhões, com licitação para início das obras da estação prevista para acontecer ainda no primeiro semestre deste ano. O gerente de Construção da Casan, Fábio Krieger, informa que a empresa vai protocolar junto à Fundação Estadual de Meio Ambiente (Fatma) pedido de LAI (Licença Ambiental de Instalação), que permitirá a retomada das obras, paralisadas há mais de dois anos.
Krieger salienta que a rede do Campeche tem recursos assegurados junto ao Governo Federal. A propalada perda de R$ 105 milhões de uma financiadora japonesa, em função da demora na obtenção da licença ambiental, deve comprometer num primeiro momento apenas a expansão da rede, que contemplaria outras áreas do próprio Campeche e bairros vizinhos. Os recursos japoneses foram realocados para aplicação no Norte da Ilha.
O dirigente acredita que a Fatma deve se manifestar sobre o licenciamento no prazo de 90 dias, permitindo a retomada da rede local ainda no primeiro semestre, conforme o compromisso firmado com a Prefeitura. Acerca da expansão da rede local, Krieger acredita que de posse da LAI a Casan terá condições de buscar outras fontes de financiamento para execução da obras.
Sobre o polêmico emissário submarino projetado para o Campeche, que enfrenta forte rejeição de moradores e do movimento comunitário da região, Krieger nega que tenha sido descartado. “O EIA-Rima – Estudo e Relatório de Impacto Ambiental – está atrasado; mas o emissário é uma solução demorada, que não se consegue viabilizar em menos de 10 anos”, assinalou. A solução provisória, até lá, é o lançamento de efluente com tratamento terciário no Rio Tavares.
LIGAÇÕES CLANDESTINAS – Em meio à calamidade provocada pelo vazamento de esgoto no Norte da Ilha, que evidenciou a fragilidade do sistema de saneamento da região e da própria capital, a Vigilância Sanitária se engaja a partir de fevereiro nas operações de monitoramento e vedação de ligações irregulares de esgoto no Campeche, desenvolvidas pela Casan, Associação de Moradores do Campeche (Amocam) e intendência local.
A Casan monitora especificamente o lançamento de esgoto em suas tubulações inativas, instaladas no subsolo do Campeche, lacrando e multando despejos irregulares. “Temos um caminhão hidrojato atuando na região, limpando e protegendo as nossas redes”, informou o gerente de Construção da Casan, Fábrio Krieger.
Já a operação desencadeada pela Amocam e intendência, mira o despejo irregular na rede pluvial. O vice-presidente da Amocam, Ataíde Silva, disse que com a participação da Vigilância Sanitária, aqueles que forem flagrados, além de terem ligações lacradas, serão multados e terão seus nomes encaminhados ao Ministério Público do Meio Ambiente.
“Recentemente, tiramos sete caminhões limpa-fossa de uma só rua”, revelou o intendente Alex Passos. Em outra rua conhecida, foram detectadas quatro ligações irregulares e uma deslacrada. Diversas ruas importantes do Campeche estão na mira da ‘patrulha’ campecheana. (Foto: Divulgação/Arquivo/JC)