15 de outubro de 2016

JARDIM Botânico, novo oásis em área nobre no centro da cidade

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Instalado numa área de mais de 195 mil metros quadrados de área verde, encravado quase no centro da cidade, o novo Jardim Botânico de Florianópolis é um dos raros projetos exitosos da atual administração municipal. Resistir à tentação de ceder a preciosa área à sanha da especulação imobiliázenorio-piana2ria já é, por si só, motivo de admiração e elogio, mas o governo municipal conseguiu ir ainda mais longe, criando um verdadeiro santuário de natureza em pleno coração da cidade.
Situado há pouco de 20 minutos do Sul da Ilha, o novo parque foi inaugurado no final de setembro e literalmente caiu nas graças da população da cidade. Milhares de pessoas já passaram pelo local desde a sua inauguração para conhecer seus recantos e desfrutar de momentos de lazer e sossego em meio a uma cidade que cresce em ritmo cada vez mais frenético e vai perdendo áreas verdes.
Entusiasta do projeto, o presidente da Companhia de Melhoramentos da Capital (Comcap), Marius Bagnatti, garante que a unidade é um ganho definitivo para a cidade, não suscetível à reversão por pressões de natureza econômica. Foi fomentado através de convênio entre o governo estadual, detentor da área, e a Prefeitura da capital, cabendo à Comcap a função de gestora do parque. “O jardim botânico é um projeto irreversível”, reforçou.
Entre as atrações do parque estão um bosque de nogueiras centenárias, que teriam sido trazidas pelos colonizadores açorianos e que ainda frutificam, um amplo lago artificial com entorno arborizado, estação de ginástica rústica, produzida a partir de madeira reaproveitada, parque infantil, redário, quadras de vôlei, área pavimentada para atividades ao ar livre e pista de caminhada, entre outras.
O parque também conta com uma ampla horta comunitária, uma das meninas-dos-olhos da atual gestão da Comcap, aberta à visitação e interação dos visitantes. Bagnatti ressalta que o parque é um projeto em pleno desenvolvimento, que ainda está em fase de ajustes e melhorias, e mira agregar novas atrações em caráter permanente.  “O jardim botânico do Rio tem mais de 200 anos e até hoje continua em desenvolvimento”, pondera.
No momento, um dos projetos em implantação é um bosque de frutíferas, para atrair fauna silvestre. “Já temos detectado a presença de tucanos, biguás e micos”, comentou.  O dirigente ressalta, contudo, que o parque da capital tem características peculiares, que o diferem dos demais do gênero.
Segundo ele, a concepção original visa fomentar um pouco do resgate do contato da população com o mangue, já que é ladeado por uma área de dois milhões de metros quadrados de mangue inexpugnáveis. Uma passarela de 200 metros quadrados sobre o Rio Itacorubi também está em implantação. Por causa disso, em função do movimento de equipamentos e pessoal, o parque abre por enquanto apenas de quinta-feira a domingo, das 7h30 às 18horas.
Trata-se de uma questão de segurança, mas no futuro a expectativa é abrir todos os dias”, avisa. Uma área de estacionamento no entorno também está na mira da gestora do parque. O parque está instalado numa área que abrigou durante mais de 30 anos um antigo lixão, que a partir do início dos anos 2000 passou por processo de recuperação paisagística. A proposta de instalação de um parque no local surgiu a partir de 2005. (Foto: Zenório Piana/Divulgação/JC)