6 de fevereiro de 2018

TEMPORADA de reação após chuva e esgoto irregular no Campeche

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Logo no começo promissor daquela que prenunciava ser uma das mais movimentadas temporadas da história do Campeche e Sul da Ilha, uma enxurrada devastadora seguida do surgimento de focos de lançamento de esgoto irregular e consequente impacto na balneabilidade das praias abalou as expectativas acerca de seus resultados. Depois de uma virada de ano e início de janeiro ‘espetaculares’, com a cidade novamente ‘entupida’ de visitantes, as chuvas literalmente botaram água na fervura.
Ainda sob incertezas climáticas, a temporada entra agora na reta final buscando minimizar as perdas em termos de público e faturamento.  “Janeiro se encerra um pouco inferior à temporada passada, e fevereiro está muito complicado, com índices de reservas muito baixos”, assinala o hoteleiro Talmir Duarte da Silva, dono de badalado hotel no Campeche e ex-presidente da Associação de Pousadas da capital (Pousar).
O empresário admite que essa sucessão de problemas, especialmente as chuvas contínuas, prejudicou a imagem da capital no mercado nacional e até internacional, provocando a perda de muitos turistas. Pouco antes das chuvas, o governo estadual saiu da toca e arriscou um crescimento de 10% no número de turistas sobre o verão anterior, resultado que parece cada vez mais longe de se concretizar. Só de argentinos eram esperados 300 mil ao longo da temporada, somente na capital catarinense.
Silva ressalva, no entanto, que alguns dias seguidos de tempo firme já podem alterar os prognósticos, permitindo uma recuperação mais efetiva das perdas registradas em janeiro. “O turista hoje, em função das redes sociais e da velocidade da informação, tem um comportamento muito volátil”, comentou. O dirigente comemorou a presença consistente de argentinos no Campeche e Sul da Ilha, confirmando suas expectativas antes da temporada, mas lamentou o perfil econômico predominante entre os hermanos, bem como brasileiros em geral.
A exemplo do ano passado, destacou ele, é flagrante a presença de turistas mais controlados, que privilegiam locação de imóveis aos hotéis e pousadas, e frequenta menos restaurantes e muito mais supermercados.  Sobre a questão do esgoto nas praias, que neste ano não poupou nem mesmo o Campeche, Silva acha que abala a imagem da capital como um todo, mas deixa pouca memória residual a impactar na temporada seguinte.
O hoteleiro considera que, apesar de tudo, a temporada tende a ser boa no cômputo geral. “Não será tão boa como a do passado, mas será uma boa temporada”, assinalou. O presidente do Conselho de Desenvolvimento do Sul da Ilha (Codesi) e ex-presidente do Conselho Comunitário da Armação, Sérgio Aspar, corrobora as impressões de Silva. “Apesar das chuvas, percebemos um bom movimento de turistas na Armação; menor, em relação a temporada passada, mas bastante expressivo”. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)