20 de junho de 2018

APÓS vais-e-vem, novela da rede de esgoto volta a avançar no bairro

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Com previsão de entrar efetivamente em operação apenas em 2021, nada menos do que 13 anos depois de seu início – se não surgirem novos imprevistos – a rede de esgoto do Campeche teve finalmente suas obras retomadas no começo de maio. Após renovação do convênio com o Ministério das Cidades – agora em bases mais onerosas à Casan, que responderá por 50% do investimento – as obras estão na fase de estaqueamento, que precede às fundações da futura Estação de Saneamento do Rio Tavares, nas imediações do também futuro elevado local.
Com a renovação do convênio, informa o gerente de Construção da companhia, Fábio Krieger, os desembolsos pendentes foram equacionados e a empreiteira mineira Infracon trabalha em ritmo normal no local, sem risco de nova interrupção no horizonte próximo. Mais cara e importante obra civil da futura rede, a estação projetada para tratamento de esgoto em nível terciário deve custar R$ 34 milhões e ficará pronta em meados de 2020.
Só após sua conclusão, a Casan procederá à finalização das sete estações elevatórias que compõem o sistema, cujas obras civis já estão prontas, faltando instalar equipamentos eletromecânicos. Após o próximo verão, informa o dirigente, deve iniciar também a implantação dos últimos 10 quilômetros de tubulações remanescentes, de um total de 52 quilômetros projetados para a rede. “A prioridade é a estação; só depois que atingirmos em torno de 30% dos trabalhos concluídos é que voltaremos à rede de tubulações”, explicou.
Essa etapa, contudo, também não será de fácil execução, porque abrange a Rua do Gramal em quase toda sua extensão, hoje uma das principais vias de ligação intrabairros da região, além de algumas transversais. “Será um trabalho complicado que exigirá execução por blocos, para não trancar o tráfego”, comentou. Sobre o destino do futuro efluente tratado na estação, avisa que a companhia segue fazendo estudos sobre o melhor ponto de lançamento no Rio Tavares, destino provisório até a implantação do polêmico emissário submarino no Campeche.
Apesar de recente evento de saneamento realizado na capital destacar o reuso de água como solução importante para o saneamento, inclusive com a apresentação de uma inusitada ‘cerveja de esgoto’ (feita a partir de água tratada oriunda de esgoto), Krieger avisa que essa alternativa ainda é considerada pouco viável para o Campeche, por questões financeiras e de logística. O emissário, que encontra forte resistência da comunidade local, segue sendo a única alternativa para o futuro despejo do efluente. A viabilização do polêmico e caro equipamento, contudo, se não ocorrerem imprevistos, dificilmente acontecerá  antes do ainda longínquo ano de 2025. (Foto: Divulgação/Arquivo/JC)