10 de setembro de 2018

LUTA pela criação de parque volta a mobilizar Campeche e região

Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A súbita e ostensiva intervenção da Base Aérea de Florianópolis em ampla de área da União no Campeche, parte dela sob sua guarda, desencadeada a partir de meados de junho, reavivou a luta dos moradores do Campeche pela viabilização do Parque Cultural do Campeche (Pacuca) no amplo terreno que abrigou o primeiro aeroporto da capital, na primeira metade do século passado. Depois de uma queda-de-braço com a instituição militar, divulgada par e passo pela imprensa diária com enfoque pouco favorável à comunidade, moradores da região se remobilizam na luta pelo parque, que andava meio adormecida.
“Se o objetivo destas ações era testar a comunidade, o efeito foi totalmente contrário; a população abriu os olhos e não vamos desistir mais dessa luta”, afirma o presidente da Associação de Moradores do Campeche (Amocam), Alencar Vigano. No dia 11/08, cerca de dois mil moradores se reuniram no antigo campo da aviação para marcar posição em defesa do futuro parque. A Amocam planeja, a partir de agora, manter um calendário de eventos no local, para fortalecer a mobilização comunitária.
Paralelamente, informa Vigano, estão sendo promovidos dois abaixo-assinados, que posteriormente serão entregues ao governo municipal. O primeiro defende a correção nos termos do decreto de tombamento da área assinado em 2014 pelo ex-prefeito César Souza Júnior, que restringiu a 118 mil metros a área tombada, ao invés da área total, de pouco mais de 352 mil metros quadrados.  “A área tombada não reflete o próprio mapa que ampara a decisão, onde aparece toda a área como tombada”, explica.
O outro, conforme ele, envolve a correção no zoneamento da área ‘não tombada”, com pouco mais de 230 mil metros quadrados, que aparecia como Área Verde de Lazer (AVL) no texto original do plano diretor, mas virou Área Comunitária Mista (ACI) graças uma emenda de última hora feita pela Câmara de Vereadores, na reta final de aprovação do atual plano diretor (Lei 482, de 2014). “Foi uma daquelas 400 emendas que mutilaram o plano diretor no apagar das luzes”, disparou.
O dirigente informa, por outro lado, que a entidade planeja também retomar a realização de oficinas para discutir com a comunidade as propostas para ocupação da ampla área total que, se efetivamente conquistada, transformará o Pacuca num dos maiores parques urbanos de Santa Catarina e do sul do país. O famoso Parque Farroupilha (Parque da Redenção), em Porto Alegre, por exemplo, tem pouco mais de 170 mil metros quadrados. As primeiras propostas esboçadas para o parque, ainda em 2012, preveem quadras esportivas, campos de futebol, áreas verdes de lazer e museu da aviação, entre outros equipamentos. O eixo central do projeto é privilegiar o máximo de áreas livres, com o mínimo de edificações. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)