6 de novembro de 2018

DESAPROPRIAÇÕES são entrave e complicam obras de novo acesso

Angelo Poletto Mendes/Redação JC
O governo estadual expediu, em meados de outubro, a ordem de serviço para o início das obras do último lote pendente da nova rodovia de acesso ampliada ao Sul da Ilha e futuro novo aeroporto. Com extensão de pouco mais de 1,4 quilômetro, fazendo a conexão entre a SC-401, por trás do estádio da Ressacada, ao acesso à rodovia da Tapera e novo aeroporto, a obra tem prazo de 10 meses para ficar pronta, o que remete seu término para meados de agosto do próximo ano, desde que os trabalhos transcorram sem imprevistos.
O governo estadual, no entanto, vai mais longe e anuncia que planeja entregar a obra até meados de julho próximo, coincidindo com a inauguração prevista do novo terminal aeroportuário.  No plano das intenções tudo muito animador, mas a realidade que cerca a obra como um todo não oferece lá muitos motivos para animação. Com selo de lentidão cravado no peito, a nova rodovia ampliada foi iniciada há mais de oito anos e deveria ficar pronta ainda antes da Copa do Mundo de 2014 no Brasil.
No caminho deste último trecho, que em condições normais seria passível de execução em curtíssimo prazo, existe ainda o custeio de quase 200 desapropriações e uma transição política de governo, que costuma implicar em revisão de prioridades e investimentos. “Temos uma comissão específica para tratar das desapropriações e já temos consolidada a negociação de 38 desapropriações; todas elas envolvem terrenos sem benfeitorias, que facilita o processo”, contemporiza a assessoria do secretário de Infra-Estrutura, Paulo França.
Em contagem regressiva para desocupar as gavetas do palácio e ficar sem tinta na caneta, o governo Eduardo Pinho Moreira, que herdou a cadeira após a renúncia do titular Raimundo Colombo, trabalha para tentar consertar essa pecha de lentidão e entregar a obra encaminhada ao novo governador que assume em janeiro. Dividida em cinco lotes, contemplando um trecho total de 8,7 quilômetros e uma série de chamadas obras de arte – viaduto, galerias e pontes – a ampliação também possui alguns nós para desatar nos outros trechos em andamento. Apenas um está totalmente pronto.
O superintendente do Deinfra, Cléo Quaresma, garante que a obra é plenamente passível de conclusão no prazo planejado pelo governo estadual, em termos de engenharia, coincidindo com a entrega do novo aeroporto. Isso porque o trecho final recém iniciado, considera ele, possui baixa complexidade técnica, enquanto os demais estão praticamente equacionados, sem maiores entraves para  seu deslanche.
(Foto: Cléo Quaresma/Divulgação/JC)