30 de janeiro de 2019

VERÃO de calor recorde, poucos gringos e pouca ‘plata’ na capital

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

O Sul da Ilha de Santa Catarina, assim como toda a capital, vive uma das temporadas mais quente dos últimos anos, com sucessivos recordes de temperatura desde o final de dezembro. Esse fenômeno climático – menina-dos-olhos de todo destino turístico de praia -, contudo, não está sendo suficiente para alavancar o incremento de turistas e o desempenho econômico da temporada. Com o quase sumiço dos argentinos, a temporada deste ano está sendo apontada como a pior da última década para boa parte dos empreendedores locais e de toda a capital, especialmente hotéis e restaurantes.
Nem a vinda em maior número de uruguaios e chilenos, e o pequeno incremento no número de turistas nacionais, está conseguindo suprir a ausência dos hermanos. “Os argentinos são a base da nossa temporada, principalmente para nós do ramo de restaurantes”, assinala o comerciante Arante Monteiro Filho, do Pântano do Sul. “Tivemos uma queda de 50% no movimento de dia e 80% à noite em relação a temporada passada; a partir do fim de janeiro já vamos reduzir as escalas de trabalho”,  comentou.
“A temporada está horrível; nesse ano não tivemos sequer como abrir postos de trabalho temporários”, assinala Pablo Balbs, do Hotel Morro das Pedras, um dos mais antigos em atividade no Sul da Ilha. O hoteleiro ressalva, contudo, que este fenômeno econômico pode não ser generalizado. “A gente vê que os supermercados estão cheios e tem muita gente em casa alugada, mas para a hotelaria está sendo muito ruim”, assinalou.
A insatisfação com a temporada, contudo, não é unânime. O comerciante Pedro Luís Prando da Silva, do Sufoco’s Bar e Restaurante, no Campeche, acredita que o movimento está até um pouco melhor do que o ano passado para o estabelecimento. Além do serviço de buffet e à la carte, o bar é conhecido também pela música ao vivo quase todas as noites, que já conta com um público cativo. “Não está sendo uma temporada explosiva, mas é boa; temos recebido muitos turistas”, comenta.
Inobstante o desempenho econômico abaixo das expectativas, que frustra boa parte dos empreendedores, o Sul da Ilha consolida nesta temporada mais uma vez a condição de um dos destinos turísticos mais cobiçados da capital e do próprio litoral catarinense, para as mais variadas tribos. A polêmica e mais badalada festa da virada neste ano aconteceu no Campeche. “O turista mais descolado, que prefere atrações naturais, está vindo cada vez mais para o Sul da Ilha”, assinala Arante. “Nosso maior problema é o trânsito, que ainda afugenta muitos visitantes”, lamenta. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/Arquivo/JC)