Apesar da chegada antecipada do frio neste ano e do inédito acordo que restringiu a atuação dos barcos atuneiros na costa catarinense durante a temporada da tainha, que se estende até julho, os pescadores do Campeche e Sul da Ilha não tem muito a comemorar nesta safra. As comunidades pesqueiras da região foram contempladas com escassos lances nesta temporada. Nas três redes que atuam no Campeche, haviam sido capturadas pouco mais de 5,5 mil peixes até o início de junho, segundo informação do presidente da Associação dos Pescadores Artesanais locais, Aparício Inácio. As perspectivas para o restante da safra, conforme ele, não são muito alentadoras. “Se não vier até dia 15 deste mês, não vêm mais. A esperança é a última que morre, mas não estou otimista”. No Pântano do Sul, outra comunidade pesqueira tradicional do Sul da Ilha, a safra também frustrou as expectativas. Até o final de maio, haviam sido capturadas pouco mais de 1,5 mil tainhas, de acordo com o comerciante e pescador Arante Monteiro, o Arantinho. Segundo os pescadores, o principal motivo da safra fraca neste ano teria sido a duração do vento Sul, que persistiu por vários dias, empurrando os cardumes para o Norte. “O vento Sul faz o peixe nadar e quando ele parou, os cardumes já estavam no Norte”, explicou. Os maiores lances de tainha neste ano na capital foram capturados nos balneários de Ingleses, no Norte da Ilha, e Barra da Lagoa, no Leste. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)
20 de junho de 2006