A temporada de verão e as festas de fim de ano devem gerar nove mil empregos temporários na capital, de acordo com projeções do Sindicato dos Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da Grande Florianópolis, entidade que congrega 1,2 mil associados, e da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), que possui dois mil associados na capital. Deste total, conforme as estimativas, cerca de quatro mil contratações devem acontecer no setor de hospedagem (hotéis e pousadas), e as outras 2,5 mil na área de gastronomia (restaurantes, lanchonetes, bares e similares). A CDL, por sua vez, projeta que o varejo da capital abra em torno de 2,5 mil postos de trabalho extras. As contratações devem começar a partir da segunda quinzena deste mês e se estendem até próximo do Natal. Esses números não incluem as vagas ofertadas pelos novos shoppings que estão abrindo as portas na capital, já que as contratações nesses estabelecimentos teriam sido efetuadas através de uma empresa de recursos humanos e já estariam encerradas. A maioria dos empregos temporários, contudo, será fechada já a partir da segunda quinzena de fevereiro, quando normalmente a temporada entra declínio no movimento. Apenas 10% desse contingente contratado para o período, segundo estimativa da CDL, conseguem permanecer nos empregos, a maioria para ocupar vagas fixas remanescentes. As vendas de final de ano e a temporada costumam ofertar um amplo leque de oportunidades nos mais diversos setores, abrangendo das tradicionais vagas de recepcionistas, balconistas, garçons, camareiras, cozinheiros, vendedores e caixas, até cargos de gerência e mesmo técnicos. O predomínio de pessoal que procura trabalho nessa época do ano, no entanto, é de estudantes secundaristas e universitários, em férias escolares. O presidente do Sindicato de Hotéis, Restaurantes, Bares e Similares da região, Tarcísio Schmitt, ressalta no entanto que, em função da oferta de mão-de-obra crescente, o nível de exigência para as contratações também cresceu. Além de conhecimento no ramo, pondera o dirigente, é interessante também que o candidato tenha experiência e, principalmente, disponibilidade de horário. “Como o período é curto, exige-se disposição de trabalhar além do horário comercial normal e também em finais de semana e feriados”, avisa Schmitt. “Muitas pessoas já de cara querem folga para poder ir à praia, aí não dá certo”, lamenta. Apesar das empresas receberem muitos currículos, há dificuldade em encontrar pessoas com capacitação e perfil adequado para cada área. “Há pessoas de bom nível formadas nas escolas de hotelaria e turismo, mas em áreas chamadas médias, como garçons, ajudantes de cozinha, recepcionistas e camareiras, falta mão-de-obra qualificada”, comenta o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis de Santa Catarina (ABIH/SC), João Eduardo Amaral Moritz. Por essa razão, o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial de Santa Catarina (Senac/SC) conta com inscrições abertas na capital para cursos de garçom/garçonete, recepcionista de restaurantes, cozinha básica e manipulação de alimentos, entre outros, que se estendem de outubro a dezembro. A intermediação da mão-de-obra também é feita por agências e entidades que oferecem cadastro para inclusão de currículos e procura por vagas disponíveis junto às empresas. É o caso do Sistema Nacional de Empregos (Sine/SC), que conta com 109 postos em todo o Estado, onde os interessados devem comparecer, levando carteira de identidade, CPF e carteira de trabalho. A ABIH/SC conta ainda com um banco de talentos que pode receber currículos através do site oficial (www.abih-sc.com.br). A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL/SC), por sua vez, tem o Cadastro de Oportunidades de Empregos (COE) disponível nas unidades da CDL, presentes nos nove municípios da Grande Florianópolis. (Texto: Alexandre Winck/Especial/JC – Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)
18 de outubro de 2006