Após a conclusão do processo de constituição do núcleo gestor que trabalhará na elaboração do Plano Diretor Participativo de Florianópolis, começa a partir de agora a etapa mais importante do processo de confecção do futuro plano diretor: a elaboração efetiva do projeto de política urbana para a capital, que deve ser encaminhado à votação da Câmara de Vereadores no segundo semestre. O núcleo gestor foi oficialmente constituído e nomeado na segunda quinzena de dezembro e inclui como delegada-representante do Campeche a ambientalista Janice Tirelli, tendo como suplentes o presidente da Associação de Surfistas e diretor da Amocam, Ataíde Silva, e o responsável pelo movimento SOS Esgoto Sul da Ilha, Fernando Cardenal. Segundo o presidente do Instituto de Planejamento Urbano de Florianópolis (IPUF), Ildo Rosa, as primeiras atividades do núcleo incluirão a realização de reuniões técnicas, a partir da segunda quinzena de janeiro, e a formação de núcleos distritais para trabalhar as questões específicas de cada bairro. Ildo lembra que, no caso do Campeche, já existe um trabalho de microzoneamento que rebateu o laudo técnico do IPUF. “Agora vamos analisar as questões mais amplas que têm a ver com a inter-relação entre os moradores de lá e os demais, como saneamento básico, água e mobilidade urbana”, explica o presidente do instituto. Ildo garante que as audiências públicas realizadas no ano passado foram muito bem-sucedidas, com ampla participação das comunidades envolvidas. Foram ao todos 13 audiências, uma para cada um dos distritos em que o IPUF dividiu o município, com um público total de 2,3 mil pessoas. “Estiveram presentes uma média de 250 pessoas em cada uma, numa época complicada, no final de ano, uma atrás da outra, para escolher representantes, o que é bem menos interessante que discutir questões concretas do distrito, então isso mostra claramente a intenção da sociedade de participar do processo”, afirma.“Agora sim, vamos discutir a cidade”, acrescenta. O presidente da Associação dos Moradores do Campeche (Amocam), Adir Vigânigo, disse acreditar num plano diretor equilibrado, porque o núcleo gestor que vai elaborar o projeto é formado por 60% de representantes da sociedade civil e 40% do poder público. O dirigente explica que o papel dos delegados no processo é fazer a ponte entre a comunidade e o núcleo, levando e trazendo posições sobre o tema. O dirigente considera positiva a forma como está sendo conduzida a elaboração do futuro plano diretor até agora, obedecendo todas as exigências legais. “Sinto que existe uma abertura para atender os anseios das comunidades”, assinalou. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)
23 de janeiro de 2007