Aos poucos, o Núcleo Espírita Nosso Lar e Centro de Apoio ao Paciente com Câncer (CAPC), entidade assistencial tradicional do Ribeirão da Ilha, está conseguindo recuperar sua credibilidade junto ao público doador, depois de ter sido prejudicado por associação enganosa com o Grupo de Apoio a Pessoas com Câncer (GAPC), de São José. A entidade do município, que tem nome semelhante ao da tradicional entidade do Ribeirão da Ilha, foi denunciado por enriquecimento ilícito através do desvio de recursos das contribuições. Contudo, antes da descoberta da fraude, conseguiu arrebanhar muitos doadores, se aproveitando da confusão gerada pela semelhança de siglas. A advogada do núcleo e médium Selma Botto Guimarães Gevaerd, explica que ainda há muitas pessoas fazendo confusão e até resistindo a retomar as doações para a entidade do Sul da Ilha, mas gradualmente a maioria estaria se dando conta do equívoco, de que não se trata das mesmas pessoas, e percebendo a importância do trabalho desempenhado pela entidade local. A dirigente garante que o esclarecimento através da divulgação pela mídia, como a matéria publicada na edição anterior do Jornal do Campeche, tem tido um papel muito importante para ajudar na resolução do problema. Gevaerd acredita, por outro lado, que ainda no primeiro trimestres deste ano ano deve ser finalmente votado e aprovado pela Câmara Municipal de Florianópolis o projeto que retira do grupo de São José, acusado por fraudes, a denominação “entidade de utilidade pública”. Segundo ela, o núcleo fez várias tentativas de denunciar a atuação da entidade do vizinho município, mas o Ministério Público Estadual não teria tomado as providências. “O problema era exatamente essa questão de ser de utilidade pública”, afirma. O Núcleo Espírita Nosso lar atende pacientes de câncer há oito anos, numa média de 50 pessoas a cada semana. “Nosso objetivo é tratar as pessoas tanto no aspecto físico quanto mental, emocional e espiritual, mas sem impor crenças religiosas”, garante Gevaerd. Entre suas principais diferenças em relação ao grupo de São José está o fato de que o CAPC recebe suas doações através de descontos feitos diretamente na conta de telefone da Brasil Telecom e Celesc. Não faz ligações de telemarketing e nem manda motoboys para receber doações, como faz a entidade baseada no vizinho município. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)
12 de março de 2007