12 de março de 2007

Restrição de acesso à casa de morador gera polêmica

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Alguns moradores do Campeche denunciaram ao Jornal do Campeche que um suposto morador local enfermo, que seria portador do vírus HIV, residente numa casa de fundos com o prédio da Intendência do Campeche, na Avenida Pequeno Príncipe, quase esquina com avenida Campeche, vêm enfrentando restrições no acesso e saída de sua casa. A agente comunitária de saúde Jaqueline Inácio relata que “Jucelino” (nome fictício), que freqüentemente necessita de cuidados médicos, estaria sendo impedido se sair de sua casa todos os dias, após às 22 horas, porque nesse horário o portão da intendência, que seria seu único caminho para chegar à rua, é fechado a chave.
Conforme a agente de saúde, “Jucelino” teria sofrido um derrame, não consegue se comunicar e precisa constantemente de assistência. “Se ele tiver um problema dentro de casa, não consegue entrar na ambulância, às vezes nem dorme lá, fica em qualquer lugar”, afirma. Jaqueline lembra que o morador vive sozinho, está desempregado e depende de ajuda da ex-esposa para pagar a conta de luz. Precisa ir até o centro da cidade pegar remédios e às vezes tem que pedir dinheiro para a passagem. Ela explica que ele pretendia fazer até um abaixo-assinado para obter uma cópia da chave ou abrir um caminho alternativo.
O intendente do Campeche, Edmilson Rosar, nega que restrinja o acesso e saída de “Jucelino”. Conforme ele, o padrasto de Jucelino, que residiria numa casa vizinha a dele, com acesso também pela intendência, teria uma cópia da chave e seria o responsável por abrir o portão para “Jucelino”. Rosar argumenta que é o responsável por zelar pela proteção da intendência e que, desde que uma máquina da unidade foi incendiada durante a noite, há alguns anos, a determinação é fechar a área no período noturno. “Trata-se de um órgão público, sem autorização ninguém pode ter acesso a ele”, assinala. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)