A Base Aérea de Florianópolis promoveu recentemente o cercamento, com mourões de cimento e arame liso, do antigo campo da aviação, área de propriedade da União sob a tutela da instituição militar. A iniciativa gerou alguma controvérsia na comunidade, com aplausos de alguns e nariz torcido de outros, tementes até da possível venda do amplo terreno localizado em área nobre do bairro. O presidente da Associação dos Moradores do Campeche (Amocam), Adir Vigânigo, que esteve em audiência com o comando da Base Aérea, garante não acreditar que a iniciativa tenha objetivo de viabilizar a comercialização do terreno. “O comandante da Base Aérea deixou claro para nós que o cerco visa apenas evitar eventuais ocupações clandestinas, uso da área por criminosos e para depósito de lixo e entulhos”, relatou. Vigânigo lembra que a área já fora cercada por duas vezes anteriormente, mas ao longo do tempo o cerco foi se desfazendo. O major Marcelo Carvalho, responsável pela Comunicação Social da Base Aèrea, rechaça a especulação acerca da possível venda. “O objetivo da cerca é melhorar a segurança do local, pois recebemos diversas reclamações de moradores da região”, reforçou. A Base Aérea alega que, por falta de cercamento adequado, o antigo campo da aviação, que já teria recebido até o lendário ex-piloto e escritor francês Saint Exupéry, vinha sendo usado para atividades ilegais, como venda e consumo de drogas, prostituição e até agressões sexuais. O presidente da Amocam revelou, por outro lado, que também ficou acertado, durante o encontro no comando da Base, que a área poderá continuar sendo utilizada pela comunidade, embora o fluxo de veículo pelo local tenha sido restringido. O major Carvalho informou que foi equacionada a questão da cessão de espaço para estacionamento da escola Brigadeiro Eduardo Gomes, contígua ao campo. Revela, contudo, que a Base planeja usar o terreno também para manobras militares, como o pouso de helicópteros. “Mas pretendemos fazer isso numa parte mais afastada, para não atrapalhar as atividades escolares”. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)
2 de maio de 2007