2 de maio de 2007

Comunidade amplia propostas ao futuro plano diretor

A comunidade da Planície Entremares, que abrange Campeche, Morro das Pedras, Rio Tavares e região, manteve e reforçou suas posições acerca das propostas para confecção do futuro plano diretor da capital, que se encontra em fase de elaboração de seu texto final. Isso aconteceu durante realização de seminário promovido na localidade, por iniciativa dos dirigentes comunitários locais, na segunda quinzena de março, na sede do Clube Catalina, no antigo campo da aviação. Todas as diretrizes definidas de forma consensual pela comunidade no plano diretor alternativo, apresentado ainda em 1997, foram mantidas e ainda adicionadas novas propostas ao futuro plano diretor. O diretor da Associação dos Moradores do Campeche (Amocam) e delegado-suplente do distrito no Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo, Ataíde da Silva, revelou que uma das principais preocupações da população local, atualmente, é a questão do abastecimento de água da região, que já sofre algum comprometimento na situação atual. O seminário contou com a presença dos representantes do núcleo e foi aberto à participação comunitária. Conforme Ataíde, a proposta é realizar seminários regulares, cada um voltado para um assunto. No primeiro encontro, foram discutidas as questões da água e saneamento, sistema viário, meio ambiente e aspecto sócio-econômico. A questão do abastecimento de água é considerada especialmente complexa, observa o dirigente. Ele explica que há um estudo da Casan apontando que os mananciais locais têm capacidade para atender no máximo 140 mil pessoas na planície e que já existe esse número de moradores na região. “Já há momentos durante o dia em que falta água”, afirma. Ataíde informou que a comunidade também reforçou posição acerca do pleito de obter, junto ao governo federal, a liberação definitiva do terreno do antigo campo de aviação para uso público comunitário. Foi apresentado um pré-projeto para a ocupação da área que inclui campos de futebol e futsal, quadra de tênis, pista de skate, ciclovia, cinema, teatro e museu, entre outros. “A forma final do projeto ainda será discutida com a população, mas primeiro precisamos do terreno”. Ele diz que um dos aspectos discutidos no plano de 1997 que foram atualizados foi a discussão em torno do sistema viário da região. Ataíde explica que agora está sendo dada menos ênfase à questão do transporte coletivo e mais à mobilidade e acessibilidade da população. “O sistema tem que ser feito primeiro para as pessoas, não os carros”, pondera. Entre as propostas sendo analisadas, está a colocação de mais calçadões e ciclovias, em alguns casos ocupando uma via, enquanto a outra fica para o trânsito de veículos motorizados. Mas um aspecto que não muda, garante Ataíde, é a ênfase da comunidade na necessidade de proteger as Áreas de Preservação Permanente da região. “Nenhuma dessas obras pode ser feita invadindo áreas de duna, encostas de morros, mangues”, defende. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)