A capital ganhou recentemente um importante aliado na redução da poluição nas suas precárias redes de esgoto e na preservação de seus mananciais de água potável. Trata-se de um inovador serviço de coleta e reaproveitamento de óleo vegetal usado, implantado há pouco menos de um ano pela empresa Janeiro Transportes de Captação, representante da paranaense Ambiental Santos. A empresa da capital coleta o tradicional resíduo, que geralmente ia parar nos esgotos ou no solo, e encaminha para a paranaense, que desenvolve um sistema que reaproveita 100% do óleo usado para fabricação de produtos de higiene, limpeza e adubo orgânico. O representante comercial da Janeiro, João Cuencas, explica que a empresa já tem 700 restaurantes cadastrados, incluindo quase todos os do Sul da Ilha. Apesar do apelo ecológico, Cuencas conta que a Santos já trabalha com esse essa proposta há mais de 20 anos, numa época em que mal se falava em reciclagem de matérias-primas. O recolhimento do óleo abrange também a região da Grande Florianópolis. A Janeiro fornece bombonas de 50, 100 ou 200 litros para os estabelecimentos comerciais, e faz o recolhimento das mesmas periodicamente. “Quando somos chamados, devemos ir ao estabelecimento em no máximo 48 horas”, ressalta Cuencas. O dirigente ressalva que, como as bombonas são de plástico, o óleo deve esfriar antes de ser colocado nelas. A Janeiro tem uma parceria com a Comcap para armazenar lá o óleo recolhido dos restaurantes. Na Ambiental Santos, o óleo é separado da borra (sal, gordura, etc.) e da água suja. O óleo vegetal propriamente dito é transformado numa resina utilizada para fazer sabão em pasta, pedra ou líquido. A água vai para uma estação de tratamento de efluentes, onde recebe tratamento à base de microorganismos que se alimentam das bactérias e é usada para lavagem das bombonas e caminhões. Os demais resíduos são prensados e aproveitados como adubo orgânico. (Foto: Divulgação/Arquivo/JC)