18 de junho de 2007

Propostas ambientalistas devem ganhar espaço no futuro plano

A devastadora Operação Moeda Verde, desencadeada no início de maio pela Polícia Federal, que resultou na prisão temporária de 22 peixes graúdos da capital, entre empresários, políticos e funcionários públicos, suspeitos de integraram um amplo esquema de concessões irregulares de licenças ambientais para obras, pode acabar tendo efeitos benéficos na elaboração do futuro plano diretor da capital, que se encontra em fase de discussões. A maioria dos dirigentes comunitários acredita que o episódio vai fortalecer os movimentos ambientalistas e favorecer a inclusão de itens de proteção ao meio-ambiente no texto final do futuro projeto. O engenheiro-sanitarista e ex-presidente da Associação dos Moradores do Campeche (Amocam), Adir Vigânigo, considera ainda que o desbaratamento dessa suposta rede de compra e venda de licenças acontece em boa hora, no momento em que o futuro plano diretor se encontra em fase de debates. “Sem dúvida, a descoberta desse lado criminoso que prospera na cidade é oportuna e favorece os movimentos antagônicos a essas práticas, que são aqueles que pregam o respeito e o rigor à lei”, avalia. Vigânigo alerta, contudo, que o favorecimento aos pleitos comunitários e ambientalistas não será automático. “A população precisa aproveitar esse momento, se mobilizar e participar mais ativamente na luta por uma cidade mais justa, porque existem muitos outros interesses envolvendo o plano diretor que não apareceram”, avalia. “O momento também aumenta a responsabilidade da população”, complementa. A delegada representante do Campeche no Núcleo Gestor, Janice Tirelli, também considera positivo o resultado da Moeda Verde, já que o conflito entre interesses econômicos e preservação ambiental é constante nos debates do plano diretor. “Esperamos que esse processo continue de forma a moralizar a questão ambiental e o núcleo dá total apoio à iniciativa”, assinalou.