O núcleo gestor distrital do Campeche promove até agosto uma série de oficinas temáticas, que fazem parte do cronograma de elaboração do Plano Diretor Participativo, com o objetivo de detalhar as diretrizes da comunidade sobre temas prioritários, incluindo abastecimento de água e saneamento, zoneamento, sistema viário e defesa do meio ambiente. Uma das questões mais polêmicas do planejamento urbano da capital: a delimitação e proteção das áreas destinadas à preservação ambiental. A representante titular do núcleo do Campeche, Janice Tirelli, diz que essa questão vai exigir muita discussão, pois diversas áreas protegidas da região têm sofrido ocupação irregular nos últimos anos. “Queremos defender o meio ambiente, mas a questão da moradia das pessoas também precisa ser levada em consideração”, pondera. A fase seguinte deverá ser a de divulgação, com criação de mural do plano em cada distrito, além de um plano para engajamento da mídia local no assunto. O presidente do IPUF, Ildo Rosa, diz que no Campeche e Pântano do Sul a presença de público tem sido excelente em todas as audiências e oficinas. Em outras regiões, no entanto, está difícil mobilizar a população. “As pessoas parecem frustradas com o processo de audiências públicas devido a experiências ruins do passado”, avalia. Janice acredita que a população local está engajada no processo, mas defende maior presença da Câmara Municipal no processo. “Alguns falam que vão esperar receber o texto e analisá-lo, o que nos faz temer que possam votar contra a vontade da comunidade em nome de outros interesses”, afirma. O presidente da Câmara, Ptomolomeu Bittencourt Júnior, avisa que pretende acatar a vontade da população e chega a sugerir que o plano seja votado em plenário somente no próximo mandato, “para que os eleitores possam escolher os candidatos comprometidos com a proposta popular”. O problema é que isso adiaria a questão para 2009, quando começa a nova legislatura na Câmara. (Foto: Luís Prates/Divulgação/Arquivo/JC)