A maricultura da Ilha, que ainda trabalha de forma artesanal na maioria dos casos, estás na iminência de dar um verdadeiro salto no controle de qualidade e profissionalização da atividade, que pode abrir caminho para a ampliação de mercados para seus produtos. Um programa de certificação da qualidade das ostras da capital, que acaba de ser deflagrado, prevê o monitoramento das fazendas marinhas da Ilha através de satélite, com a divulgação das imagens on-line pela internet. Entre outras vantagens, a inovação vai permitir que os consumidores e compradores dos moluscos produzidos na Ilha possam conferir as condições das propriedades aqüícolas sem a necessidade de visitas físicas às unidades. Técnicos do Programa de Certificação da Qualidade das Ostras de Florianópolis, desenvolvido pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de SC (Epagri), já estão visitando os produtores de moluscos. Inicialmente, cerca de 30 deverão ser integrados ao processo, que impõe uma série de exigências, e culmina com a concessão de um selo do programa. O trabalho, de acordo com os técnicos, segue o mesmo padrão daquele adotado para concessão de certificação pelo Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia). O engenheiro agrônomo da Epagri, Alex Alves dos Santos, garante que com a implantação do programa, os maricultores terão melhores condições de comercializar seus produtos e o consumidor terá garantias da qualidade do produto. A observação via satélite visa oferecer ao consumidor a chance de verificar a procedência dos produtos, que virão com indicação das coordenadas da área de cultivo. Aí bastará consultar num site de busca para ter acesso às imagens. “Isso favorece a atividade, pois uma das razões porque o mercado ainda não é tão grande quanto poderia ser é que as pessoas têm receio em relação à segurança do produto”, comenta. Alex Alves explica que são necessárias essencialmente três adaptações para que o maricultor participe do programa: gestão da propriedade, tecnologia de cultivo e manejo da área de trabalho. O engenheiro reforça também a importância do aspecto higiênico-sanitário, incluindo análise da água e instalações adequadas. A meta é que os primeiros maricultores já habilitados estejam produzindo dentro do programa a partir de 2008. O presidente da Cooperativa Aqüicola da Ilha (Cooperilha), Emílio Kleber Gottschalk, que representa 36 produtores da capital, acredita que essas medidas são de grande importância para trazer mais qualidade ao processo. “O controle e análise da água vão permitir a normatização e a criação de um mercado maior e mais seguro, inclusive para exportação”, afirma o dirigente da Cooperilha. (Foto: Luís Prates/Divulgação/Arquivo/JC)
27 de julho de 2007