6 de novembro de 2007

Ano eleitoral põe em risco votação do novo plano diretor em 2008

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Apesar do elogiado empenho do presidente do Instituto de Planejamento Urbano (IPUF), Ildo Rosa, na construção do Plano Diretor Participativo da capital, a sua aprovação final pode acabar não acontecendo nem mesmo em 2008, como o espera o dirigente. Isso porque, de acordo com o próprio Rosa, a complexidade que envolve a elaboração do projeto pode acabar estendendo sua conclusão para o segundo semestre do próximo ano. Caso isso ocorra, o projeto estará pronto praticamente às vésperas das eleições municipais, dificultando o engajamento da Câmara Municipal na sua votação.
O temor é manifestado pelo dirigente da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), Modesto Azevedo. “Estamos atrasados em relação ao cronograma estabelecido pelo IPUF e por causa do próprio instituto, das suas dificuldades operacionais”, dispara Modesto, que recentemente deixou a presidência da Ufeco. Os movimentos sociais temem, conforme ele, que os vereadores não queiram votar o projeto em meio à campanha eleitoral, o que pode transferir responsabilidade para a próxima legislatura. Apesar disso, Azevedo não teme o risco de votação por uma Câmara com possível perfil ainda mais conservador. “Os movimentos sociais seguirão mobilizados”.
O presidente do IPUF tem uma leitura diferente da situação. Rosa acredita que apresentar o texto em ano eleitoral poderá ser até positivo. “Os vereadores não vão querer ficar contra aquilo que foi aprovado de forma consensual com a população da cidade”, argumenta. O dirigente ressalta ainda que a comunidade continuará envolvida com o planejamento da cidade, inclusive depois da aprovação do plano, pois será estabelecido um Conselho da Cidade, com uma base semelhante à do atual Núcleo Gestor, que atua na elaboração do plano diretor, que continuará oferecendo a perspectiva da população sobre o desenvolvimento da capital.
A vereadora Ângela Albino (PCdoB) também acredita que não haverá tempo hábil para votar o texto do novo plano diretor antes das eleições, mas entende que será até melhor esperar e discutir bem o projeto. “Acho que uma votação rápida só será positiva se for decidido aprovar o plano que vier com o aval da comunidade”, defende. A parlamentar não teme pela nova formatação da Câmara para o período 2009/2012. “A tendência da legislatura é sempre melhorar”, projeta. O presidente do IPUF acredita, contudo, que a discussão do plano diretor poderá deslanchar a partir de novembro, no que tange ao macrozoneamento, com a entrega de um mapeamento cartográfico atualizado da capital. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)