6 de novembro de 2007

Moradores recuam e admitem partilha de antigo campo da aviação

Depois de inicialmente torcer o nariz e rejeitar a idéia de cessão de uma fração do antigo campo de aviação para instalação de um clube particular, como contrapartida à cessão da maior parte deste terreno para uso público, a comunidade do Campeche mudou de opinião. O presidente da Associação dos Moradores (Amocam), Ataíde Silva, informa que os moradores decidiram, durante encontro realizada na segunda quinzena de setembro, aceitar a negociação com a Base Aérea de Florianópolis, controladora do histórico terreno de cerca de 320 mil metros quadrados, situado no coração do bairro. A disponibilização do amplo terreno para uso público é uma antiga aspiração da comunidade. Silva afirma, contudo, que os moradores querem reduzir de 52 mil para 32 mil metros quadrados a área cedida para instalação de um clube particular de lazer, que seria voltado para os efetivos da unidade militar, controlado por uma entidade denominada Associação dos Amigos da Aeronáutica. “A comunidade está disposta a conversar, mas pede uma limitação maior da área a ser ocupada pela Aeronáutica e quer esclarecimentos sobre pontos da proposta”. Ataíde insiste que existem dúvidas acerca da área que a Base Aérea permitiria ser utilizada para o parque. Ele lembra que há três entidades disputando judicialmente parte desse espaço, enquanto a área que abrigaria a planejada associação está isenta de questionamentos. Também reforça que o trecho a ser usado pela Base Aérea, de frente para a Avenida Pequeno Príncipe, tem maior valor cultural e histórico para a comunidade, área onde inclusive teria pousado o lendário aviador francês Saint-Exupéry nos anos 20. A comunidade também insiste, conforme ele, na obtenção de garantias de que o terreno cedido à associação não será depois repassado à Prefeitura ou à iniciativa privada. “Queremos que o terreno continue fazendo parte do patrimônio da União”, assinala. O comandante da Base Aérea da capital, José Carlos da Silva Júnior, garante que não há nenhuma intenção da Aeronáutica de repassar o terreno. O dirigente descarta ainda qualquer risco de usucapião sobre parte do terreno, pertencente à União, e alega que a Aeronáutica é proprietária a área e tem prioridade no seu uso. “Pedimos apenas 52 mil metros quadrados de um terreno de 320 mil metros quadrados”, defende. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)