Angelo Poletto Mendes/Redação JC
Florianópolis procura alternativas para enfrentar o iminente esgotamento da capacidade de seus 13 cemitérios, uma dificuldade a mais para quem já precisa enfrentar a dor e sofrimento de perder um ente querido. O secretário de Urbanismo e Serviços Públicos (SUSP), Norberto Stroisch, informa que até meados de novembro deve ficar pronto o projeto de um novo cemitério municipal, que deverá ser implantado na entrada do bairro de Cacupé, no oeste da Ilha, ocupando uma área total de 60 mil metros quadrados, com cerca de 80 mil vagas para sepultamentos.
O dirigente acredita que a licitação deve estar concluída até o final deste ano e as novas instalações comecem a funcionar já no segundo semestre de 2008. O novo cemitério, de acordo com ele, vai representar um investimento de R$ 12 milhões e será uma concessão pública à iniciativa privada. “Essa obra deve atender às necessidades da cidade pelos próximos 30 a 40 anos”, avalia.
Para driblar o esgotamento de vagas enquanto não é construído o novo cemitério, revela o dirigente, estão sendo usadas soluções provisórias. No Cemitério São Francisco de Assis, no Itacorubi, o principal da capital, já foram colocadas 90 gavetas verticais para sepultamento e, segundo o secretário, deverão ser colocadas mais 180. O administrador do São Francisco de Assis, Osmar Ferreira, admite um descompasso entre o avanço populacional e as vagas nos cemitérios. “O espaço atualmente é curtíssimo”, assinala.
O cemitério do Itacorubi, que tem área total de 90 mil metros quadrados, foi criado em 1925 e de lá para cá já foram enterradas no local 57.759 pessoas. A cada ano, são feitos mais de mil sepultamentos. Um aspecto que tem colaborado, segundo o administrador, é que quase 90% dos falecimentos ocorrem em famílias que já contam com jazigo no cemitério. “Há locais onde há até sete pessoas enterradas”, explica.
Há grande diferença entre o sepultamento mais em conta e o mais dispendioso. O caixão mais barato fica em R$ 290,00 e o mais caro, R$ 3.980,00. Ferreira garante que, no caso de famílias carentes, o custo é totalmente bancado pela Prefeitura, sendo necessário apenas obter uma autorização junto à administração municipal. Ele explica que, para obtenção do atestado de óbito, caso a pessoa morra no hospital, o próprio estabelecimento deve fornecer o documento. Se não for o caso e a vítima de falecimento não tiver um médico que possa fazê-lo, a responsabilidade seria do Hospital Infantil, que realiza a autópsia. (Foto: Luís Prates/Divulgação/JC)