A importância da construção civil como geradora de empregos foi questionada recentemente pelos movimentos sociais da capital durante o seminário Floripa Real, realizado na Assembléia Legislativa, com objetivo de aprofundar as discussões sobre o Plano Diretor Participativo. Segundo a representante titular do Núcleo Distrital do Campeche, Janice Tirelli, foi apresentado um estudo do Dieese mostrando que do atual estoque de 213,9 mil empregos formais existentes na capital, apenas cinco mil seriam oriundos a construção. O principal empregador seria o ramo de serviços, com 167,8 mil postos de trabalho. “Essa baixa relevância nos surpreendeu, pois os representantes do setor constantemente alegam a sua importância para criação de vagas”, avalia Tirelli. O presidente da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), Modesto Azevedo, acrescenta ainda que os postos de trabalho gerados nesse setor são de pouca qualificação, baixos salários e com duração temporária. “Assim que acaba a obra, a pessoa fica sem trabalho”. Azevedo lembra que esse discurso da criação de postos de trabalho tem servido como pretexto para justificar empreendimentos que muitas vezes violam as leis de conservação ambiental, como aqueles recentemente denunciados pela Operação Moeda Verde. O presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) da Grande Florianópolis, Hélio Bairros, contesta as afirmações de Tirelli e Azevedo. Para ele, o verdadeiro problema estaria na economia informal. “Essas atividades são responsáveis por 60% dos empregos e não dão direito nenhum ao trabalhador, além de serem responsáveis por obras clandestinas que não recebem nenhum tipo de alvará nem licença”, critica. “Qualquer atividade que gera emprego com carteira assinada, que gera benefícios e traz dignidade ao trabalhador merece ser defendida, essa discussão que estão apresentando é vazia”, alega Bairros. (Foto: Divulgação/JC)
14 de setembro de 2007