1 de julho de 2022

GRUPO articula Frente Comunitária contrária à revisão do plano diretor

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Reação
Um grupo de ex-delegados distritais do Núcleo Gestor do Plano Diretor Participativo da capital, que perdurou até o final da gestão do ex-prefeito César Souza Júnior, em 2016, e foi extinto logo no início da primeira gestão do ex-prefeito Gean Loureiro, está articulando a criação de uma Frente Comunitária de reação ao processo de revisão do plano diretor. Segundo o ex-delegado distrital do Campeche, Ataíde Silva, o objetivo será recuperar o acervo de discussões construído até o final de 2016, para expor à sociedade. “Nunca se cogitou de um projeto tão permissivo como esse que está sendo proposto à cidade; com certeza esse texto não foi oriundo das comunidades”, assinalou.

Audiências
 Novo presidente da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (Ufeco), entidade que integrava o Conselho da Cidade e que ficou de fora de sua nova composição, Alencar Vigano entende que a sistemática de revisão do plano diretor, principalmente o caráter consultivo das audiências públicas e a ausência de explicações acerca das propostas de mudanças na Lei 482 para as comunidades durante a sua realização, põe em xeque a legalidade do processo. “Serão audiências meramente chancelatórias”, disparou.

Participação
 Pragmático, o vereador Renato Geske (PSDB), o conhecido Renato da Farmácia, defende que mesmo assim os moradores participem de forma maciça das audiências públicas, para que fiquem registradas de forma taxativa todas as postulações comunitárias, possibilitando subsidiar os vereadores quando o projeto chegar à Câmara. Geske acha muito difícil que se consiga reverter o andamento do processo, com o retorno ao estágio de oficinas temáticas, que seria o ideal.

Mobilização
 Apesar da forte pressão econômica que paira sobre o projeto de revisão do plano diretor, o arquiteto e ex-vereador Lino Peres acredita que as comunidades terão capacidade de mobilização, impondo dificuldades para aprovação integral do projeto como proposto, especialmente no que tange às medidas que impactam sobre o adensamento dos bairros. “Já houve uma mobilização importante das comunidades no final do ano passado, impedindo que esse projeto passasse no atropelo”, destaca.

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Foto: Letícia Barbosa/Divulgação/JC