Florianópolis deve receber na temporada de verão que inicia neste mês, se intensificando após o Natal, um contingente de aproximadamente 630 mil turistas, entre nacionais e estrangeiros, de acordo com as mais recentes projeções divulgadas pela empresa Santa Catarina Turismo (Santur). Esse montante representa um acréscimo em torno de 10% em relação aos números da temporada passada, quando a capital catarinense atraiu cerca de 574 mil turistas. Conforme dados estatísticos, o Sul da Ilha costuma atrair para seus balneários entre 8% e 10% do total de veranistas que aportam em Florianópolis durante a temporada. Neste verão, contudo, dirigentes hoteleiros projetam que, pela primeira vez em anos recentes, a região deve superar esses índices, atraindo um contingente maior dos turistas que veraneiam na capital catarinense. Ou seja, o crescimento do turismo na região deve superar o avanço médio registrado na capital. Os motivos para essa expectativa são vários. Começa pelo desembaraço no trânsito, após a conclusão da Via Expressa Sul, que agilizou o acesso às praias locais. Depois, o bom momento que vive a região em termos de divulgação pela mídia, inclusive do exterior, sendo aquinhoada recentemente com preciosos espaços nos jornais El País, da Espanha, e The Guardian, da Inglaterra, que enalteceram especificamente as belezas do Campeche. Sem falar, obviamente, nas atrações intrínsecas da região que, sabidamente, não são poucas. Hoteleiros são unânimes em apontar o Sul da Ilha como a bola da vez do turismo da capital, devendo se transformar em breve no principal pólo turístico municipal. Essa perspectiva é positiva, evidentemente, do ponto de vista econômico, porém coloca em risco a preservação de seu modelo atual, baseado em praias de natureza quase intocada que, em última análise, é o que tem atraído cada vez mais turistas. Essa valorização do Sul da Ilha merece ser festejada, mas os desafios que ela traz também não podem ser ignorados.
21 de dezembro de 2005