2 de fevereiro de 2015

Casan obtém licença prévia para lançamento de efluentes no Rio Tavares

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

A Casan já deu início a coleta de mostras das águas do Rio Tavares que vão embasar estudos que devem ser apresentados à Fatma, visando à autorização para futuro despejo de efluentes de esgoto tratado na unidade hídrica do Sul da Ilha. Essa foi uma das condicionantes impostas pela fundação para a recente liberação da Licença Ambiental Prévia (LAP) para retomada das obras da rede de esgoto do Campeche, paralisadas há mais de 16 meses.FOTO ESGOTO.jan15
Esse processo de amostragem visa detectar o impacto do despejo de 200 litros de efluente por segundo no rio e na fauna marinha local e deve se estender por pelo menos 18 meses. Depois, os resultados serão encaminhados à Fatma, que decidirá sobre o licenciamento efetivo da obra, que abrange a paralisada Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Rio Tavares.
Isso significa que antes de meados de 2018 a rede de esgoto do bairro, abrangendo cerca de 44 quilômetros de tubulações já instaladas e oito estações elevatórias, seguirá inativa, se deteriorando. Isso porque só após o licenciamento final, a Casan poderá autorizar a retomada das obras da ETE, que será a responsável pelo tratamento do esgoto coletado e produzir o efluente a ser lançado no rio. A estação deve levar pelo menos outros 12 meses para ficar pronta.
O gerente de Construção da Casan, Fábio Krieger, exaltou, contudo, o aval da Fatma e ICMBio. “A licença prévia aprova a concepção da proposta”, destacou. Para obter o aval preliminar de despejo no rio, que enfrenta grande resistência na comunidade local, a Casan se comprometeu a fazer o tratamento terciário do esgoto, com a remoção de nitrogênio e fósforo, lançando efluente com 99% de pureza, quase uma água bruta.
Krieger ressaltou que o lançamento no rio é uma solução provisória, para viabilizar a antecipação da operação da rede de esgoto da região, até a viabilização do polêmico emissário submarino do Campeche, que enfrenta forte resistência na região. O vice-presidente da associação de moradores, Ataíde Silva, disse que a comunidade local vai insistir numa solução alternativa, que contemple o reaproveitamento do efluente. “Nessa crise de água que o Brasil vive é inaceitável que se jogue fora água tratada”. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)