2 de fevereiro de 2015

Sul da Ilha consolida virada na preferência dos turistas na capital

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

A temporada de verão que entra na reta final consolidou o Campeche e o Sul da Ilha como novo eixo do turismo da capital, suplantando outras regiões tradicionais do município na preferência dos visitantes. Embora outras regiões ainda possam estar à frente, em resultados absolutos, nenhuma se iguala ao Sul da Ilha em termos de crescimento no número de visitantes FOTO TEMPORADA.jan15a cada nova temporada, seguramente um dos maiores do litoral catarinense.
“Nunca vi tanto argentino no Sul da Ilha como neste ano; o modelo de turismo do Sul caiu definitivamente no gosto dos turistas”, sentencia o hoteleiro Talmir Duarte da Silva, dono de tradicional hotel e pousada no Campeche. Para o empresário, as características da região, de muita natureza, praias preservadas e ainda imunes à poluição, são o principal atrativo do Sul da Ilha. Pesquisas de balneabilidade efetuadas pela Fundação estadual de Meio Ambiente (Fatma) confirmam que a região possui o maior número de praias propícias ao banho da capital.
Outros elementos que contribuem para a atratividade do Sul, na avaliação do empresário, são a preservação do patrimônio histórico, especialmente os casarios de origem açoriana, o amplo roteiro gastronômico regional, com ênfase nos frutos do mar, e as praias de faixas largas e extensas, cada vez mais raras em função do avanço agressivo das edificações em outros pontos da orla catarinense. “A maioria dos turistas sai das grandes cidades e busca justamente fugir das concentrações urbanas”, pondera.
O comportamento da temporada deste ano no Sul da Ilha e no litoral catarinense, contudo, não fugiu à regra dos últimos cinco ou 10 anos, registrando uma alta concentração de visitantes entre o pós Natal e a primeira quinzena de janeiro, seguida de um grande declínio. “Isso é uma questão de mercado, não existe como resolver, é o período em que a maioria das empresas dá um período de férias coletivas”, assinala o presidente da Santur, Valdir Walendowski.
O dirigente garante contudo que a redução do volume de visitantes não chega a impactar no desempenho da temporada como um todo, embora afete bastante o resultado dos pequenos e médios empreendimentos. “Aqueles que são vendedores de turismo, que não ficam parados à espera de visitantes, estão muito contentes com a temporada”, afirma. “Tivemos o melhor janeiro dos últimos anos no estado”, assegura.
Apesar da situação econômica titubeante do país e das dificuldades crônicas da Argentina, o dirigente acredita que a temporada deve terminar com um resultado pelo menos 10% superior ao registrado no ano anterior, quando cerca de cinco milhões de visitantes teriam passado pelo estado. Só Florianópolis, principal destino do turismo catarinense, deve receber até o fim da temporada mais de 1,5 milhão de visitantes.
O hoteleiro Talmir confirma que janeiro foi um dos melhores dos últimos anos em seus empreendimentos, com um crescimento de 10% sobre o ano anterior. “Estava um pouco receoso, em função do ano de Copa e eleições, mas acho que as pessoas estavam sedentas por viajar”, comentou. Para fevereiro, apesar do Carnaval mais cedo, o empresário também acredita num crescimento de 10% sobre o ano anterior. “As condições climáticas favoráveis também têm contribuído muito”, observou. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)