Angelo Poletto Mendes/Redação JC
A temporada de verão que entra na reta final consolidou o Campeche e o Sul da Ilha como novo eixo do turismo da capital, suplantando outras regiões tradicionais do município na preferência dos visitantes. Embora outras regiões ainda possam estar à frente, em resultados absolutos, nenhuma se iguala ao Sul da Ilha em termos de crescimento no número de visitantes a cada nova temporada, seguramente um dos maiores do litoral catarinense.
“Nunca vi tanto argentino no Sul da Ilha como neste ano; o modelo de turismo do Sul caiu definitivamente no gosto dos turistas”, sentencia o hoteleiro Talmir Duarte da Silva, dono de tradicional hotel e pousada no Campeche. Para o empresário, as características da região, de muita natureza, praias preservadas e ainda imunes à poluição, são o principal atrativo do Sul da Ilha. Pesquisas de balneabilidade efetuadas pela Fundação estadual de Meio Ambiente (Fatma) confirmam que a região possui o maior número de praias propícias ao banho da capital.
Outros elementos que contribuem para a atratividade do Sul, na avaliação do empresário, são a preservação do patrimônio histórico, especialmente os casarios de origem açoriana, o amplo roteiro gastronômico regional, com ênfase nos frutos do mar, e as praias de faixas largas e extensas, cada vez mais raras em função do avanço agressivo das edificações em outros pontos da orla catarinense. “A maioria dos turistas sai das grandes cidades e busca justamente fugir das concentrações urbanas”, pondera.
O comportamento da temporada deste ano no Sul da Ilha e no litoral catarinense, contudo, não fugiu à regra dos últimos cinco ou 10 anos, registrando uma alta concentração de visitantes entre o pós Natal e a primeira quinzena de janeiro, seguida de um grande declínio. “Isso é uma questão de mercado, não existe como resolver, é o período em que a maioria das empresas dá um período de férias coletivas”, assinala o presidente da Santur, Valdir Walendowski.
O dirigente garante contudo que a redução do volume de visitantes não chega a impactar no desempenho da temporada como um todo, embora afete bastante o resultado dos pequenos e médios empreendimentos. “Aqueles que são vendedores de turismo, que não ficam parados à espera de visitantes, estão muito contentes com a temporada”, afirma. “Tivemos o melhor janeiro dos últimos anos no estado”, assegura.
Apesar da situação econômica titubeante do país e das dificuldades crônicas da Argentina, o dirigente acredita que a temporada deve terminar com um resultado pelo menos 10% superior ao registrado no ano anterior, quando cerca de cinco milhões de visitantes teriam passado pelo estado. Só Florianópolis, principal destino do turismo catarinense, deve receber até o fim da temporada mais de 1,5 milhão de visitantes.
O hoteleiro Talmir confirma que janeiro foi um dos melhores dos últimos anos em seus empreendimentos, com um crescimento de 10% sobre o ano anterior. “Estava um pouco receoso, em função do ano de Copa e eleições, mas acho que as pessoas estavam sedentas por viajar”, comentou. Para fevereiro, apesar do Carnaval mais cedo, o empresário também acredita num crescimento de 10% sobre o ano anterior. “As condições climáticas favoráveis também têm contribuído muito”, observou. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)