6 de fevereiro de 2018

MOBILIZAÇÃO de voluntários alivia sofrimento de atingidos na região

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

O Sul da Ilha foi provavelmente a região mais devastada pelo novo fenômeno climático que castigou a capital. A enxurrada deixou dezenas de ruas alagadas e centenas de casas tomadas pelas águas em praticamente todos os bairros, com enormes prejuízos materiais para as famílias. No entorno do Rio Tavares, região sempre mais afetada por conta do assoreamento e elevação rápida do rio, foram pelo menos 100 residências e pequenos estabelecimentos comerciais abalados pelas águas.
No Campeche e região, os registros mais dramáticos de alagamento ocorreram na Rua dos Eucaliptos e suas transversais Pinheiros, Corais e Toca da Coruja, entre outras. Importante via de ligação entre Campeche e Morro das Pedras, a Eucaliptos chegou a ficar com mais de um metro de altura de água acumulada em quase toda a sua extensão.  Houve registros de alagamentos também no Morro das Pedras, Ribeirão da Ilha, Armação, Pântano do Sul, Açores e Costa de Dentro.
Em meio à tragédia, a região também viveu momentos de solidariedade.  O Conselho Comunitário da Fazenda do Rio Tavares foi cedido para alojar desabrigados, e hospedou por duas noites cerca de 50 pessoas, que foram atendidos por um grupo de 20 voluntários da própria região. “Eles receberam quatro refeições diárias”, destacou o nativo Altair Manoel, o Tainha, um dos voluntários que se desdobrou no socorro às vítimas.
Através de campanhas de arrecadação de donativos pelas redes sociais foi viabilizada também a entrega de kits de higiene e limpeza para 200 famílias e distribuídas cerca de 650 cestas básicas na região, informou Tainha, além de roupas, utensílios, eletrodomésticos e até alguns móveis, levados pelos próprios voluntários em seus veículos. “Recebemos doações de moradores e comerciantes da região e até de outros municípios”, comentou.
A Prefeitura, por sua vez, cedeu 70 colchões e 70 kits de limpeza, enquanto a Defesa Civil contribuiu com 40 fardos com quatro bombonas de cinco litros de água potável cada. Tainha avisa que muitas famílias da região ainda necessitam de móveis e utensílios, como fogões, geladeiras, pias e balcões de cozinha, entre outros. (Foto: Juliano Boscato/Divulgação/JC)