27 de fevereiro de 2017

PLANO diretor da capital enfrenta novas pressões por mudanças

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Em meio à greve do funcionalismo público, em meados de fevereiro, um grupo de 33 entidades empresariais da capital e do estado, entre elas a Fiesc (Federação das Indústrias do Estado de SC) e o poderoso Sindicato da Indústria da Construção Civil da Grande Florianópolis (Sinduscon), que reúne as principais construtoras da região, financiou a publicação de anúncio de duas páginas nos dois diários da capital, manifestando integral apoio às medidas implantadas pelo Governo Gean Loureiro.
Para os empresários, conforme explicitado no material publicitário, “as vezes se faz necessário a adoção de medidas econômicas com caráter impactante… a fim de vencer os desafios impostos à cidade”. O afago no prefeito, no entanto, não se restringiu ao apoio implícito na queda de braço com os servidores. Na mira está a intervenção efetiva também no novo plano diretor da cidade, que foi alvo de recente acordo firmado entre Prefeitura e Ministério Público Federal para rediscussão em 45 dias, a partir de anteprojeto concluído no final do ano passado.
“Apoiamos a manutenção do plano diretor aprovado pela Câmara dos Vereadores em 17 de janeiro de 2014, através da Lei Complementar nº482, e a fixação de até 180 dias para que a nova gestão possa aprimorá-lo, por meio de contribuições enviadas pela sociedade e com o apoio técnico de entidades representativas de urbanistas, arquitetos e engenheiros”, destaca o conteúdo empresarial.
“Entendemos que o plano diretor da cidade, além de ser o instrumento fundamental para organizar a ocupação espacial do território, deve ser a mais importante ferramenta estratégica para orientar as forças econômicas”, assinala a peça publicitária.  “Não podemos permitir que Florianópolis tenha o mesmo destino de grande parte das capitais brasileiras”, acrescenta o material, que atribui ainda às entidades ali representadas a responsabilidade por 80% da riqueza gerada na cidade.
Além de Fiesc e Sinduscon, endossam o anúncio também a Associação Comercial e Industrial da capital (ACIF), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), conselhos regionais de corretores de imóveis e de engenharia de agronomia (CRECI e  CREA), Sindicato dos Engenheiros (Senge), Instituto dos Arquitetos (IAB), Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH), Sebrae, Secovi e Sindimóveis, entre outras.
Em suas primeiras manifestações públicas, no entanto, o novo presidente do IPUF e coordenador do plano diretor, Ildo Rosa tratou de botar os pontos nos ‘is’ acerca do processo.
“Meu compromisso acima de tudo é com a cidade. Não podemos ser ingênuos aos interesses que existem”, declarou a um diário local, descartando o resgate do projeto de 2014 como base de discussão. (Foto: Luís Prates/Divulgação/Arquivo(Agosto 2007)/JC