2 de janeiro de 2014

Sul da Ilha pressiona por vetos ao novo plano diretor

FOTO TEMPORADA BOX Milton Ostetto Divulgação JC

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Sob o mote ‘Veta César”, lideranças comunitárias do Sul da Ilha pretendem promover ampla mobilização para convencimento do prefeito César Souza Júnior a vetar uma série de emendas incorporadas ao projeto do futuro plano diretor da capital durante recente votação no Parlamento municipal. A proposta surgiu durante audiência pública autoconvocada da Regional Sul, abarcando Campeche e Pântano do Sul, realizada no dia 09/12, no Campeche, prestigiada pela participação de mais de 100 pessoas, entre elas alguns vereadores.
Delegado distrital do Campeche no extinto núcleo gestor municipal, o vice-presidente da Associação de Moradores local (Amocam), Ataíde Silva, informa que, para amparar a defesa dos vetos, será elaborado minucioso documento contestando ponto a ponto as mais de 300 emendas incorporadas ao projeto, muitas das quais totalmente antagônicas ao projeto elaborado no âmbito do processo participativo pelos dois distritos.
O documento, conforme Silva, será encaminhado à Prefeitura, aos ministérios públicos estadual e federal e ao gabinete de cada um dos 23 vereadores. “Isso que fizeram foi um crime contra o próprio projeto da Prefeitura”, argumenta. Embora critiquem a ruptura no processo participativo, dirigentes locais consideram que o projeto original enviado ao Legislativo respeitava boa parte das diretrizes regionais, alterado radicalmente pelas emendas recebidas na Câmara.
Ficou definido no encontro ainda uma grande manifestação na Câmara, na votação em segundo turno do projeto, e a ampla divulgação, via redes sociais e outras plataformas, do nome de todos os vereadores que votaram contra o projeto concebido pelas comunidades. Um dos líderes da oposição na Câmara e crítico ferrenho do processo de incorporação de emendas ao plano diretor na Câmara, o vereador Lino Bragança Peres (PT) destacou a importância política do evento realizado no Campeche.
“Essa articulação foi um ato pedagógico fundamental, que pode influenciar outras regiões a também se mobilizarem”, ponderou. O vereador acredita que a repercussão da mobilização do Sul da Ilha pode reverter a posição de alguns vereadores na votação final. “Vereadores são sensíveis e essas campanhas nas redes sociais, com a exposição de seus nomes, causam prejuízos políticos”. (Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)
NOTA DA REDAÇÂO: no dia 30/12, sob protestos, a Câmara aprovou em segundo turno o novo projeto de plano diretor da capital. Porém, em função de pedido de vistas do vereador Afrânio Boppré (PSol), será necessária novo referendo ao projeto, em meados de janeiro, para só então seguir à sanção do prefeito municipal César Souza Júnior (PSD).