23 de março de 2015

Desafios no abastecimento de água do Sul da Ilha

Angelo Poletto Mendes/Redação JC

Apesar da flagrante redução do volume de água da Lagoa do Peri, que em alguns períodos da recém terminada temporada de verão chegou a estar mais de 50% abaixo de seus níveis normais, no ponto de captação pela Casan para abastecimento, as costas Sul e Leste da Ilha não correm risco de desabastecimento. Isso pelo menos é o que garante o superintendente de Operações da Casan na Grande Florianópolis, Carlos Alberto Coutinho, assegurando que a redução dos volumes de água da lagoa não preocupa a empresa. “É um fenômeno cíclico, ocorrendo a cada período de estiagem mais prolongada, que logo é revertido nos períodos de chuvas”, ponderou.
No dia 12/03, a interrupção do abastecimento de água do Sul da Ilha por pouco mais de nove horas, em função de execução de trabalhos na Estação de Tratamento de Água (ETA), da Lagoa do Peri, gerou preocupação na comunidade. Coutinho garante que foi apenas uma manutenção preventiva de rotina, para inspeção e limpeza do poço de sucção de água bruta, entre outras equipamentos, que acontece a cada seis meses. Principal manancial de abastecimento das costas Leste e Sul da Ilha, a estação da Lagoa tem capacidade de tratar até 200 litros de água por segundo.
Apesar do crescimento geométrico das duas regiões, o dirigente garante que não existe risco de desabastecimento a curto ou médio prazo. Além da Lagoa do Peri, ressaltou ele, a Casan também conta para abastecer a região com uma recém inaugurada pequena estação de tratamento de água, no Campeche, com capacidade de tratar até 80 litros de água por segundo, captada através de cinco poços artesianos com 50 metros de profundidade. A unidade seria uma espécie de reserva técnica, acionada apenas em momentos de sobrecarga do sistema. “Neste verão acionamos umas duas ou três vezes no máximo”, assinalou.
O dirigente garante, por outro lado, que a captação de água do lençol freático do Campeche, através dos poços artesianos, não põe em risco o manancial subterrâneo da região. Segundo ele, a captação obedece rigorosos estudos geológicos, que levam em conta a capacidade de recarga do sistema através das águas das chuvas. O dirigente negou ainda que existam estudos sobre possível recarga da Lagoa do Peri com águas de efluentes tratados na futura estação do Rio Tavares. “Isso não está em discussão, temos mananciais para abastecer a capital com segurança por mais 3FOTO ÁGUAmar150 anos”, assinalou.

LEGENDA:
LAGOA do Peri é principal manancial de abastecimento de água das costas Leste e Sul da Ilha
(Foto: Milton Ostetto/Divulgação/JC)